Jacaré abençoado

Estive ontem com meu querido amigo Caé.

Contou-me um causo inusitado para não chamar de estranho,incomum, enfim, LOUCO.
Como anteriormente estive falando de simpatias e mandingas antes do jogo, fiquei sabendo uma feita depois de terminada a partida ou melhor, no fim do campeonato. Meu amigo Caé estava na ocasião defendendo as cores do Vila Garcia, tradicional equipe da cidade, onde existia uma certa "Superstição" em relação a um campeonato .

Em Jacareí eram disputados anualmente dois campeonatos, o primeiro semestre era disputada a "Copa Jacareí" e no segundo semestre disputava-se o "Jacarezão", torneio este que era o mais desejado por todos.
A Equipe do Vila Garcia sempre mandava bem no primeiro semestre, sendo inclusive campeã, mas quando começava o "Jacarezão" alguns torcedores acreditavam que não daria novamente. Muitos destes torcedores, os mais fanáticos, falavam até "Em coisa feita" contra o Vila. Rezas, mandingas, benzimentos foram utilizados tamanho a crendice dos torcedores locais.
Foi quando em 1998 finalmente o Vila Garcia tornou-se 'Campeão do Jacarezão".Todos os torcedores fizeram festa e acreditaram terem se livrado de qualquer coisa ruim que a equipe tinha.
Nosso querido "Caé" foi além, queria fazer uma "Coisa" que tivesse efeito permanente ao Vila. Pensou se banhasse o "Jacaré", nome dado ao troféu em forma de Jacaré, no Rio Paraíba toda a sorte iria subir o rio até a Vila Garcia e não sairia nunca mais. Então quando voltavam em carreata para as comemorações, pediu para parar o carro em que estava pegou o "Jacaré" e desceu junto ao leito do Rio, tendo o amigo Pedroca ao seu lado, para "batizar" o troféu.
Durante as comemorações pegaram uma taça, colocaram Pinga e Coca Cola e todos tinham que ao menos tomar um gole. Claro que alguns tomaram muitos, inclusive o Caé que emendou vários canudos e não precisava levantar para beber.
Por volta da meia noite, nosso amigo Caé resolveu levar o "Jacaré" no rio novamente para ter certeza que nunca mais sairia de lá. Como estava muito alterado, tomou umas e outras, o pessoal ficou falando para não ir, mas o teimoso nem ouviu, com isto o Pedroca falou:
-Então vou também.
O Val falou não vai pois é perigoso, mas o Caé continuava falando que mesmo assim iria. Então todos falaram que iam também, foram Val, Tail, Dani, Mael, tinha muita gente. Eles saíram do Bar, como em uma procissão,desceram a linha do trem e foram para a casa do Dani que o quintal terminava no Rio Paraiba. Formaram uma corrente e um a um deram uma "benzida" no Jacaré.
Não sabemos se deu sorte, mas que o "Jacaré"voltou, voltou.