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sábado, 7 de fevereiro de 2015

Casagrande, Wladimir e Rita Lee: ex-atletas contam "causo" de 1982

Companheiros de Timão na Democracia Corintiana, Casão e Wlad relembram quando esqueceram camisa que seria dada de presente para a cantora em show no Ibirapuera.

Dois pilares da Democracia Corintiana, Wladimir e Casagrande trocaram figurinhas durante o  "Arena SporTV" de quarta-feira e lembraram de um "causo" inesquecível ocorrido em 1982, ano que o Corinthians conquistou o Campeonato Paulista. Convidados para um show da cantora Rita Lee, prometeram levar uma camisa de presente para a rockeira. Ao serem chamados ao palco, porém, não estavam com o mimo. E tiveram de se virar. Quem contou foi Casagrande.

Rita Lee usando a camisa cedida por um torcedor
- Eu tinha falado com a Rita e prometi que ia levar uma camisa número 9. Jogamos à tarde, fomos para casa, chegamos no ginásio do Ibirapuera e eu pergunto para o Magrão (Sócrates): "Está tudo certo, né? Você trouxe a camisa?" Ele disse que não. Wlad (Wladimir) também não. Então vimos um cara que estava com a namorada vendo o show com a camisa do Corinthians. Fui lá e ele disse: "Casão, meu ídolo, Magrão, Wladimir, que prazer". Eu falei: "Você pode dar a camisa? Prometi para a Rita". E ele me deu, subimos no palco e demos para ela. Não sei nem se ele passou depois, mas eu falei: "Pode passar no Parque São Jorge que te dou outra autografada" - lembrou o comentarista da TV Globo.
A Democracia Corintiana foi um movimento ideológico que dava aos jogadores alvinegros poder de decisão para questões que eram tratadas até então apenas por dirigentes, com autogestão e direito a voto. O ano era 1982 e o Brasil atravessava um período de transição do Regime Militar para a democracia, alcançada em 1985. Presentes em movimentos populares, como o “Diretas Já”, os jogadores tinham posicionamento politizado. Sócrates, Wladimir e Casagrande foram os jogadores com presença mais forte no movimento.
Nesta semana, o Fluminense anunciou o fim das concentrações para os jogos no Rio de Janeiro, algo já adotado pelo Atlético-MG em todo ano passado. Nos anos 80, o Timão inovou.
- Foi tirada a concentração aos poucos. Eu gostava, fazia parte da turma dos solteiros. O hotel estava liberado a partir de sábado às 12h, quem quisesse chegaria até meia-noite. O hotel ficava reservado, se chegasse até esse horário você dormia. Do contrário, chegava no dia do jogo na hora do almoço. Sempre foi feito isso e ganhamos dois campeonatos desta maneira (Paulistão 1982 e 1983). Nunca teve problema do cara que chegou de madrugada e no outro dia não rendeu, ou um jogador que foi concentrar e saiu à noite. Não teve em 82 e 83. O ambiente era fantástico - destaca o ex-centroavante, aos 51 anos.
Ídolo da história alvinegra, Casão explica que o problema era a falta de confiança nos atletas:
- Nós não éramos contra a concentração, mas sim contra o motivo dela. Era desconfiança, achar que o cara ia sair à noite, que ia beber, que não vai descansar. Esse motivo não aceitávamos. Éramos profissionais - completa o comentarista.
Recordista de jogos pelo Timão, com 805 partidas, Wladimir define o universo do futebol como "autoritário".
- É muito autoritário. Os treinadores achavam que sabiam mais que os atletas, dirigente achava que tinha que tomar conta de marmanjo. Imagina atletas profissionais de repente sendo monitorados, é um absurdo. Eu desde os 17 anos nunca gostei de concentração. A comida da minha mãe era melhor, minha cama era melhor, ainda que humilde. Mas tinha de concentrar porque tinha atleta que não tinha essa consciência - destacou.
Casagrande e Wladimir na final do Paulista de 1983 (Foto: Agência Estado)













Fonte: Globo.com.

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